A mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, não trouxe nada de novo e veio reforçar a ideia de que neste novo ano vamos continuar a sofrer com os cortes e aumentos de impostos, aumento da austeridade, redução dos apoios sociais.

Ao assinar o OE 2013 vem martirizar cada vez mais aqueles que com o seu trabalho produzem riqueza no País, não me refiro aos empresários, mas aos trabalhadores que não podem fugir aos impostos, não podem mandar dinheiro para bancos no estrangeiro, em paraísos fiscais, em offshores.

"O Presidente da República explicou que há “fundadas dúvidas sobre a justiça da repartição dos sacrifícios" , se tinha dúvidas porque aprovou o OE? Se tinha dúvidas porque não o mandou para o Tribunal Constitucional?

Não, ele não o podia mandar, tinha de o aprovar. Porque?

Compreendo que a luz dos actuais acontecimentos, tudo o que acontece por cá tem reflexo no exterior, a nossa credibilidade fica cada vez mais baixa, mas ela sempre foi baixa, porque se preocupar agora?

As razões são várias e a lista é extensa mas no essencial basta apenas dizer que actualmente estamos a pagar pela incompetência duma corja de políticos e doutores que fizeram e fazem asneira atrás de asneira, gastam o que tem e o que não tem, gastam o que não é deles nem para eles, em proveito próprio e dos corruptos que os apoiam.

""Para o ano que agora começa, o Presidente da República faz ainda um alerta: uma crise política seria “insustentável“: “na situação em que o país se encontra, os agentes políticos e sociais têm de actuar com grande sentido de responsabilidade”.
“A resolução dos problemas nacionais pressupõe diálogo e consenso, entendimentos feitos a pensar nos Portugueses e no país como um todo.” “Devemos ter presente que o programa de assistência financeira foi apoiado por partidos que representam 90% dos deputados à Assembleia da República, deputados eleitos num sufrágio que teve lugar há pouco mais de um ano e meio.”
“O país não está em condições de se permitir juntar uma grave crise política à crise económica, financeira e social em que está mergulhado”, afirma o Chefe de Estado, acrescentando que o país iria “regredir para uma situação mais penosa do que aquela em que nos encontramos”".

Arranjam-se desculpas para não actuar de forma correcta, arranjam-se desculpas para não fazer o que é certo, o que é correcto, montam-se esquemas para cada vez mais penalizar aqueles que não foram os culpados pela incompetência económica e politica, porque essa é a única maneira que eles conhecem, fazer com que outros paguem pelas suas asneiras.

BPP, BPN, agora Banif, quem controla? quem devia controlar? O Banco de Portugal, claro! E porque não controlou? Quem ganhou rios de dinheiro, lucros fabulosos em acções da bolsa, e outros investimentos?

Quem agora vem nos falar em austeridade, mais austeridade, mais empenho, mais sacrifícios, mais esforços para pagar dividas que não fizemos.

Ano Novo, Dívida Nova. Isso sim é a realidade.

Podemos desejar que este ano seja melhor mas corremos o risco de ainda ser pior que 2012. Vamos esperar que faça-se luz naquelas cabeças governamentais e comecem a agir com consciência em função daqueles que os colocaram nos respectivos lugares.

Sei que o poder é corrupto, mas já chega, cada vez mais somos tema de chacota lá fora, doutores que compraram diplomas num ano, outros que levaram vinte anos para tirar um curso superior, sabe-se lá que "cunhas" usou, organizações secretas que deixaram de ser e toda gente sabe que mandam e desmandam em deputados, ministros e não só, milhares de milhões de euros que sumiram de bancos nacionais para bancos estrangeiros.

Vamos esperar para ver.

Isto é mesmo uma casadegentedoida.