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CasadeGenteDoida

Onde Tudo é Nada... E o Nada é Tudo

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Onde Tudo é Nada... E o Nada é Tudo

ORÇAMENTO DE ESTADO - A FANTOCHADA

casadegentedoida, 04.11.10

Á dias lançaram-me um desafio, ou melhor uma pergunta: “Quando escreves sobre o Orçamento de Estado? Estás muito calado, actualmente.”

 A minha resposta foi pronta: “Não alinho em fantochadas, quem quiser que se sirva”. Assim mesmo. Claro que esta resposta causou alguma curiosidade ao meu interlocutor e o desafio foi lançado. Assim, resolvi escrever, umas palavrinhas, para saciar-lhe a curiosidade.

Orçamento de Estado (ou será PEC4, PEC5, PEC…), afinal o que andamos a discutir? Muitas das intervenções, a que assisti, não passaram de meras peças teatrais, excertos duma trama muito bem montada, na qual caímos como patinhos, e somos levados a participar como figurantes pagantes.

Figurantes, porquê? Porque fazemos figuras tristes, no sentido figurado: figura de Urso. Somos tratados como perfeitos labregos, palhaços, artistas num palco de 5ª categoria.

Pagantes, porquê? Porque quem acaba de pagar as custas com o espectáculo somos nós. Nós é que acabamos por ter de suportar os custos com as encenações apresentadas. Senão vejamos o que tem acontecido até aqui.

Há crise ou não há crise? Há crise. Começou a nível mundial, primeiro nos países mais ricos, pois são os grandes capitalistas e grandes impulsionadores da economia mundial e alastrou-se aos restantes países devidos as associações obscuras que estes possuíam, e ainda possuem, com os mercados financeiros, manipuladores duma economia, muitas vezes fantasma, pois vendem futuros de coisas que não existem como se fossem reais. Antigamente, acho que isso se chamava vender “banha da cobra”, se não me falha a memória. E assim, investiu-se milhões de milhares de milhões em nada, até que um dia alguém descobriu a verdade, como na história: “O Rei vai Nu”. Nada existia, o futuro era apenas ostentação, como a maioria das pessoas actualmente fazem, e assim quem pensava que iria ganhar milhões, acabou ficando só com tostões. A economia estava arruinada. Mas nem todos perderam, os grandes grupos internacionais até tiveram muitos lucros. Bancos faliram, empresas faliram, desemprego alastrou-se desmesuradamente, a recessão era real. Causada por meia dúzia de grupos económicos, que não vale a pena dizer aqui os nomes pois já todos os conhecem. Onde entra Portugal nesta história?

 Entra, quando deveria ter ficado quieto. Como somos um país pequeno, a nossa economia é pouco significativa para o resto do Mundo. É certo que estamos na União Europeia, fazemos parte duma economia forte, duma moeda forte, mas localmente somos fracos, não temos como influenciar seja o que for. Apesar da crise que começou a instalar-se mundialmente, continuamos a gastar como se nada fosse, os nossos políticos agiam como no tempo das vacas gordas, é só gastar. Mas acabamos seguindo a tendência dos outros e começamos a ter que efectuar despedimentos, não tínhamos a quem vender o que produzíamos, mas continuávamos a gastar. Ora bem, se não vendemos, não temos dinheiro, não há receitas para o Estado. O que este faz? Pede emprestado. Até aqui tudo bem, é natural. Mas também aqui começa o erro, pois foram pedir emprestado onde não deviam, que foi lá fora, quando o poderiam, e deveriam, ter feito cá dentro, com muitas mais vantagens a nível de pagamentos de juros. Ora bem, se podemos pagar 3% cá dentro, porque vamos pagar 5% lá fora? Quem é estúpido o suficiente para agir assim? Onde andam aqueles que têm por função alertar para estas situações? Uns ainda disseram algo, assim como quem não quer nada, mas o Estado fez ouvidos moucos. É só gastar, trocar as frotas dos Audis, BMW’s, Mercedes, aumentar ajudas de custo aos políticos, telemóveis de última geração grátis e sem limite, e etc, etc, etc. Mas não foram só os políticos, os empresários também ajudaram a piorar as coisas. Aliás, se fossem efectuadas investigações como deveriam ser efectuadas, 80% das falências ocorridas em Portugal seriam consideradas fraudulentas, e eu não preciso de um curso superior para ver isso. São raros os empresários que estão na miséria. E eu não sou oftalmologista.

A crise chegou a Portugal. O que faz o nosso Governo? Nada, rigorosamente nada. Apresentam soluções que em nada ajudam o País, só pioram. O que faz a Oposição? Nada, pois não há oposição. Existem um grupo de políticos, que no meu entender já deveriam ter dado o seu lugar a outros, há muito tempo, quem andam as turras uns com os outros por causa do “poleiro”. É o garnizé a querer por a galinha velha fora do galinheiro, a velha raposa tudo vê impávido e sereno, pois mais não pode fazer. Mas já lá vamos. E assim, com a Oposição desnorteada, sem rumo, com as suas birras internas, os outros partidos não tem força suficiente, mesmo em conjunto se quisessem, o Governo anda à seu bel prazer. Voltamos outra vez ao inicio, se tivessem ficado quietos e fossem agindo com moderação e, principalmente bom senso, teríamos a crise na mesma mas não com a problemática que há hoje. Com o aumento galopante da divida externa, que se multiplica mais e mais, com as medidas que de nada servem para solucionar seja o que for, afundamo-nos cada vez mais.

E a classe politica o que faz? Guerrinhas de poder, birrinhas de fantoches, falam, falam, falam e não dizem nada. O que se pretende? Aumentar cada vez mais a estupidez das pessoas, fazendo-as pensar que eles fazem algo pelo País, mas na realidade só fazem é por eles próprios, quem tem de acabar por pagar as favas somos nós, o Zé Povinho. Nós é que vamos ter custear a má gestão, a má aplicação dos dinheiros dos contribuintes, pagando fortunas em salários aos políticos que nada fazem, os empréstimos efectuados lá fora a juros altíssimos, dinheiro esse que cá dentro seria por metade do preço. Eu não preciso dum curso de Economia ou de Finanças para saber isso. O PS já anda há algum tempo no poder, a sua imagem já começa a ficar desgastada pelas más opções que tem feito, não possui neste momento ninguém com um carisma forte que possa tomar as rédeas do partido e mudar a situação. O que faz? Simples. Passa a pasta a Oposição. Como? Criando esta fantochada que foi a discussão sobre a aprovação do OE 2011. Pois, para mim, o que está acontecendo na nossa politica actual não passa duma fantochada. O caminho já está a ser preparado para que o próximo PM seja Passos Coelho. Toda esta discussão, trocas de palavras, acusações, não passa de encenação para tapar a visão dos contribuintes, dos eleitores, agora é a vez de o PSD chegar ao Governo. E nada melhor do que chegar como o “salvador da pátria”.

Se não, vejamos. A economia mundial começa a dar grandes sinais de recuperação, a nossa própria economia começa já apresentar sinais evidentes de significativas melhorias, tudo por arrastamento. A nossa economia cresce quando os outros começam também a crescer. Tem sido sempre assim. Eles sobem, nós subimos, eles descem, nós descemos, eles voltam a subir, e nós também voltamos a subir. Crise em Portugal há, mas 70% dela foi criada, foi forjada, com intuitos muito claros, enriquecer os ricos e empobrecer os pobres, criar condições de alterar direitos dos trabalhadores, direitos adquiridos há muito tempo e defendidos na Constituição.

 Muitas pessoas, de grande relevo na nossa sociedade, vêm a publico dizer da sua justiça. Pergunto: o que estava a fazer no Banco de Portugal o nosso actual Presidente, que não viu o que se passava no BPN? O que se passava no BPP? O que se passava na nossa economia? Que fez o Presidente do BdP? O que controlava ele? O que aconteceu aquele senhor conselheiro de estado? Por onde anda? O que é feito das pessoas que levaram a que chegássemos a este ponto?

Somos uns fantoches numa encenação que ainda não acabou. Somos os figurantes duma peça que não se sabe muito bem qual o fim (não sabemos nós, mas eles sabem). Somos os adereços num palco montado em todo o País. Quando vai acabar a fantochada?

Espero que em breve, pois já estou farto. Farto de miséria, farto de intrigas, farto de mentiras contadas à toda hora, farto de lutas e disputas palacianas, farto de estar farto.

Isto é mesmo uma casadegentedoida.

O Salvador da Pátria

casadegentedoida, 30.03.09

 

Esta foto foi-me enviada por um amigo no dia a seguir a ele ter entregue a declaração de IRS.

Tantos descontos efectuados e o dinheiro vai parar aonde?

Salvar algo que não merece ser salvo, mais valia a Segurança Social ter ficado a arder com o dinheiro que lá depositou. Até agora injectou-se 1.250 milhões de euros, (que nós saibamos)  quanto mais ainda irá ser injectado naquele poço sem fundo?

Parabéns a quem teve a ideia da camisola, ainda não vi nenhuma no mercado, se alguém souber que me diga para adquirir uma.

Fiquem bem.

Isto é mesmo uma casadegentedoida.

A Crise - Grande Entrevista

casadegentedoida, 07.01.09

Acompanhando um tema actual: "A Crise" (em todas as suas vertentes e variações) e sabendo que não tenho pais ricos, não ganhei no euromilhões e não penso em ir ao Bes, não estou na politica, não sou presidente de nenhum Banco, não me dedico ao trafico de drogas ou carne branca, não tenho uma casa de alterne e seus derivados mas tendo o desejo de melhorar o "meu" Blog resolvi arranjar alguns colaboradores. Sim, colaboradores, não são empregados, nem tarefeiros, são apenas pura e simplesmente "Colaboradores". Pessoas simples, do Povo, que quando solicitados deixarão aqui as suas opiniões sobre os vários assuntos. A seu tempo irão conhece-los.

Um dos primeiros colaboradores é Economista, Drª R.R.. Numa primeira conversa que tivemos transcrevo aqui o principal:

 

C. - O que acha da crise actual?

Drª R.R.: A Crise actual já era de se prever, aliás já todos andavam a falar dela, ela esteve sempre a nossa porta, os políticos (entenda-se o Governo) é que não queriam que soubéssemos que ela já ai estava. Tivemos todos os tipos de sinais claros do que vamos enfrentar, não acontece só aos outros. Veja-se o caso do BPP, não é só no estrangeiro que se fazem as falcatruas, desvios de dinheiro para contas privadas e etc. etc. O BPN também é outro.

C.- Quais são as suas previsões para 2009?

Drª R.R.:  Eu não faço previsões, o que vejo é que 2009 vai ser um ano difícil para todos, muita gente vai ter apertar o cinto, vai ser um ano de contenção. As taxas de juro serão baixas beneficiando os empréstimos a habitação, em contrapartida será mal para os aforradores, aumentos salariais (se houver, pois existem empresas que não dão aumento nenhum aos seus empregados) serão baixos e abaixo da inflação, não vai haver recuperação do poder de compra, vamos ter outra vez o PS no governo pois os partidos da oposição não tem argumentos  que os possam tirar do poder.

C.- E a Drª Manuela Ferreira Leite? não é alternativa?

Drª R.R.: Antes prefiro continuar com o Sócrates, dos males é o menor. Ela já foi ministra das Finanças e foi o que todos viram (ou não viram), como não foi capaz de arranjar alternativas para melhorar as finanças do País toca a vender os imóveis do Estado para equilibrar as contas. Até ai não foi mal pensado, o pior foram os preços a que os imóveis foram vendidos, foi um descalabro, acho eu.

C.- E o Dr. Santana Lopes? Dr. Paulo Portas? Dr. Rui Rio?

Drª R.R.: Eu de politica não sou especialista mas considero que destes nenhum tem condições para poder incentivar a Economia do País a avançar. Talvez o Dr. Rui Rio possa ser uma alternativa, depende das pessoas que ele escolher para ter a sua volta e o apoiarem.

C.- E no Partido Comunista existe alguém que pudesse estar a altura?

Drª R.R.: No Partido Comunista existem pessoas inteligentes e até capazes. Penso que num cenário, hipotético, de governo desde que não seguissem a risca as normas do Partido e pusessem a nacionalizar tudo fariam um bom trabalho e iríamos notar ao fim do primeiro ano melhoras significativas em alguns sectores.

C.- Quando acha que poderemos sair desta crise?

Drª R.R.: Talvez lá para o final de 2010, princípios de 2011 começaremos a sentir algumas melhoras, serão feitos alguns avanços mas nada que nos tire da crise. Penso que 2011 será o ano do principio da recuperação, isso vai depender de muitos factores externos, factores esses que influenciam a nossa economia interna. Estamos muito dependentes do exterior, de outras economias mais fortes e quando os Estados Unidos começarem a dar sinais de retoma os outros irão seguir o mesmo caminho.

C.- Se hoje fosse convidada para Ministra da Finanças quais seriam as suas iniciativas para tentar resolver ou minorar a crise em Portugal?

Drª R.R.: Isso é um assunto muito complexo e penso que seria difícil de por em pratica até porque iria mexer com velhas e poderosas estruturas político-partidárias. Os professores de Economia de várias universidades já discutiram essa hipótese com os alunos e acabam sempre chegando à um caminho sem saída e com muitos obstáculos. O melhor por enquanto é ficar por aqui, vamos aguardar a evolução da situação.

C.- Só para acabar, um conselho para os portugueses.

Drª R.R.: Poupem, procurem poupar, o ideal seria o trabalhador conseguir poupar 10% do seu salário todos os meses mas se não for possível que seja 5% ou até 1% mas poupem, isto ainda vai durar.

 

Bom Amigos aqui ficou apenas um excerto da entrevista/conversa efectuada com a Drª R.R. e ainda havia muito mais, mas fica para outras vezes. O casadegentedoida vai procurar, sempre que possível, deixar aqui a opinião dos seus colaboradores.

Um Abraço a Todos.